Algunos ecos de mi infancia.(microcuento en español y portugués)
Dentro de los ecos de mi memoria está mi casita de Estocolmo que no estaba ubicada en Suecia ni en ningún lugar remotamente parecido. Ese era el apelativo que le dábamos a la flamante y tan esperada casa, que mis papás habían comprado con mucho sacrificio, en referencia al nombre de la calle donde fue construida en el distrito de San Miguel.
Este apelativo tan singular lo usábamos para diferenciarla de nuestra antigua casa alquilada, a la que designamos como “la de Santa Cecilia”, haciendo alusión a la urbanización en cuestión. ¿Por qué usábamos criterios diferentes para nombrar a nuestras viviendas? No lo sé porque nunca pregunté. Lo que sí sé es que nuestra casa de Santa Cecilia quedaba en una calle llamada Las Oropéndolas. Las oropéndolas era una palabra bastante sofisticada para mi gusto despertando mi curiosidad por saber lo que significaba. Al poco tiempo, después de algunas preguntas a las personas correctas, descubrí que ese era el nombre de un ave… sí, eso y nada más… nadie me supo dar más información acerca de ese misterioso animal. Pensar en lo enigmático que las ciudades europeas o las aves desconocidas podían llegar a ser, era algo en lo que mi fructífera imaginación se entretenía cuando me dirigía a mis clases de educación infantil. Recuerdo también, claramente, que mis primeros años preescolares no fueron realizados en ninguna escuela que fuese de alguna forma ligeramente glamorosa como el nombre de mis calles. La escuelita de la Sra. Bazán quedó grabada en mi memoria como un salón prefabricado, construido precariamente en el fondo del patio de una de las tantas casas clonadas de nuestra urbanización donde una señora gorda con el pelo pintado nos daba a gritos, clases, para que aprendamos a leer y a escribir. Ir a la escuelita de la Sra. Bazán sería una experiencia traumática hoy en día para cualquier niño educado con los actuales métodos. Tampoco nunca supe, porque nunca pregunté, si la Sra. Bazán tenía alguna formación pedagógica en esa época.
Sin embargo, a pesar de todo, para mi era divertido estudiar con ella. Había muchas niñas de mi edad con las que jugaba a la hora del recreo.
Ya la experiencia no era tan positiva para mi hermano mayor que al ser más imaginativo y creativo que yo, no prestaba tanta atención a las clases, por lo que era designado a la mesa del comedor de la casa, donde un señor grande y moreno al que apodamos de King Kong se encargaba de controlar con su sola presencia a los chicos incorregibles.
Sin embargo, este pre-kínder como lo llamarían ahora terminó y un año antes de ir a un exclusivo colegio, mis papás me matricularon en una renombrada escuela infantil del elegante distrito de San Isidro.
No tuve problemas en adaptarme, ni en la escuelita de la Sra. Bazán ni en mi nido de San Isidro. Lo único que sí recuerdo, como algo diferente entre las dos escuelas, era que mis compañeritos nuevos eran mucho más atractivos que los que frecuentaban mi pre-kínder a una cuadra de la casa.
De todos los niños “guapos” de mi clase, me acuerdo de uno en particular. Tenía cabello castaño, ojos azules, pecas en la cara y una timidez mayor que la mía.
Su timidez era algo que me sorprendía, ya que todos los niños que frecuentaban la escuelita de la Sra. Bazán eran definidos como “incorregibles”.
Hubo una ocasión, que nunca voy a olvidar, que expresa cuanto su personalidad me desconcertaba en esa época…
… Estaban todos los niños, en el patio de recreo, disfrazados para una celebración. Mi mamá me había vestido de marinerita, con una blusa y una falda blanca, con cintas azules cosidas en las vastas, para dar un efecto náutico.
Todos mis compañeros llegaban con disfraces de superhéroes. Batman y el Zorro eran los que más llamaban la atención de las niñitas.
Pasó algún tiempo, casi una hora, sin poder ubicar a mi galán en medio de esa multitud de personajes, cuando alguien por la espalda me dijo. -
- ¿Hola Martita como estas?
Cuando volteo para cumplimentar al dueño de dicha voz, me encuentro con un conejito de peluche blanco, con bigotes pintados sobre los cachetes que, con sus ojos azules y pecas en la cara, me sonreía esperando la respuesta a su saludo.
Mi tan admirado galán, no sería mi esperado superhéroe, sino que era un niño tan inocente como yo, en esa época….
Alguns ecos da minha infância
Dentre os ecos da minha memória está minha casa de Estocolmo que não estava localizada na Suécia nem em qualquer outro lugar remotamente semelhante. Essa era a forma que a minha família dava à nossa nova e tão esperada casa, que meus pais compraram com muito sacrifício, fazendo referência ao nome da rua onde estava construída no distrito de San Miguel.
Esse nome foi usado para diferenciá-la da nossa antiga casa alugada que designamos como "a de Santa Cecília" em alusão a essa urbanização em questão.
Por que usamos critérios diferentes para nomear nossas casas? Não sei por que nunca perguntei. O que sim lembro é que, nossa casa de Santa Cecília, ficava em uma rua chamada as Oropendolas (Japu).
As oropendolas, era uma palavra bastante sofisticada, para meu gosto, despertando uma forte curiosidade por saber o seu significado. Pouco tempo depois de fazer algumas perguntas para as pessoas certas, descobri que este era o nome de um exótico pássaro... Sim, isso e mais nada... ninguém sabia me dar informações detalhadas sobre aquele misterioso animal.
Pensar em como as enigmáticas cidades europeias ou os pássaros desconhecidos poderiam ser, era o assunto no qual a minha frutífera imaginação se ocupava enquanto eu ia em direção às minhas aulas de educação infantil.
Lembro-me, também, que meus primeiros anos pré-escolares não foram realizados em nenhuma escola que fosse, de alguma forma, tão glamorosa como o nome das minhas ruas.
A escolinha da Sra. Bazan permaneceu guardada na minha memória como uma sala pré-fabricada, construída precariamente no fundo do quintal de uma das muitas casas clonadas de nossa urbanização, onde uma senhora gorda com o cabelo pintado nos dava a gritos, aulas, para que pudéssemos aprender a ler e escrever.
Ir à escola da Sra. Bazan seria uma experiência traumática, nos dias de hoje, para qualquer criança educada com os atuais métodos. Nunca soube, porque também nunca perguntei, se a Sra. Bazan tinha, na época, alguma formação pedagógica.
Com tudo isso, para mim foi divertido estudar com ela. Havia muitas garotas da minha idade com as quais eu brincava na hora do recreio.
Porém a experiência não foi assim tão positiva para o meu irmão mais velho já que por ser mais imaginativo e criativo que eu, não prestava tanta atenção na sala de aula, sendo, por isso, designado a ficar na mesa da sala de jantar da casa, onde um cavalheiro grande e moreno ao qual apelidamos de King Kong era responsável por controlar com sua presença aos meninos incorrigíveis.
No entanto, depois de finalizar este pré-jardim e, um ano antes de ir para uma exclusiva escola católica, meus pais me matricularam numa renomada escola infantil no elegante distrito de San Isidro.
Não tive problemas para me adaptar, nem na escolinha da Sra. Bazán, nem no meu jardim de San Isidro. A única coisa que lembro, como algo diferente entre os dois centros educativos era que os meninos, meus novos colegas, eram muito mais atraentes do que aqueles que frequentavam meu pré-jardim a um quarteirão de casa.
De todos os meninos "bonitos" da minha sala, eu me lembro de um em particular. Ele tinha o cabelo castanho, olhos azuis, sardas no rosto e uma timidez maior que a minha.
Sua timidez foi algo que me surpreendeu na época, já que todos os rapazinhos que frequentavam a escola da Sra.Bazan eram definidos como incorrigíveis.
Teve uma ocasião, que nunca esquecerei, que expressa o quanto sua personalidade me confundiu naquela época...
... Estávamos todas as crianças nos divertindo no pátio da escola fantasiadas para uma celebração. Minha mãe me colocou um vestido brando de marinheira, com fitas azuis costuradas nas bordas, para dar um efeito náutico.
Todos os meus colegas trajavam fantasias de super-heróis. Batman e o Zorro foram os que mais chamaram a atenção das meninas.
Depois de algum tempo, quase uma hora após o início da festa e sendo incapaz de localizar o meu galã no meio dessa multidão de personagens, escutei alguém me dizendo em voz baixa...
- Oi Martita tudo bem?
O dono dessa voz era um coelhinho de pelúcia branco, com bigodes pintados nas bochechas que com seus olhos azuis e as sardas no rosto, sorria para mim esperando a resposta para seu cumprimento.
Meu admirado galã não seria meu tão esperado super-herói. Ele era somente uma criança inocente, tão inocente quanto eu na época...
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