El lenguaje universal de la amistad (en español y portugués)


 

  • Tía, ¿sabías que mi mejor amiga del nido habla chino?

Este fue el comentario de una de mis sobrinitas, cuya mamá es rusa, en una visita que le hice a su familia en Perú.  

  • Tía, al inicio no le entendía nada, ni ella a mí, porque ella me hablaba en chino y yo en ruso.

Ella continuaba hablando, sonriendo, con un brillo en la mirada que mostraba inteligencia.  

  • ¿Y como hicieron para hacerse amigas? – le pregunté.

  • ¡Tuvimos que aprender a hablar español! – me respondió riendo.

Esta historia con mi sobrina ejemplifica lo que alguien siente cuando llega a un país donde el idioma oficial no es el suyo.  Resolver las necesidades básicas de compra de medicamentos o de insumos domésticos se convierten en un gran desafío y aunque puedan ser elementalmente resueltas yendo a alguna tienda de autoservicio, nuestra vida presenta, también, otras necesidades de sobrevivencia que van más allá de la salud y la comida.

Es a través del diálogo, forma primordial en las relaciones humanas, que el ser humano se da a conocer. Y es por eso por lo que, si no te adaptas al idioma del país al que migras, puedes experimentar una gran soledad, aun cuando estés sumergido en un mar de gente.

Claro que el lenguaje no se resume solo al diálogo, porque un saludo, un abrazo, una sonrisa o una mirada, pueden ser mucho más elocuentes que mil palabras.

Pero la soledad a la que me refiero no es exclusividad de una realidad como la de ser inmigrante ya que, la necesidad de encuentro que todos los seres humanos tenemos, solamente se logrará llenar, dependiendo de la decisión que hagamos de salir de nosotros mismos.

En el caso de mi sobrinita, ella tuvo que hacer un esfuerzo para aprender un idioma diferente al suyo porque descubrió esa necesidad de encuentro que también tiene una doble dimensión, la de conocer y la de darse a conocer. Es así como las amistades florecen.

En la actualidad han surgido algunas corrientes de pensamiento que nos engañan diciendo que para ser feliz debemos pensar solo en nosotros mismos y en nuestros logros personales.  Estas ideas parecen lógicas a nuestro entendimiento solo que, una vez ejecutadas, traen una dosis inevitable de soledad.

No sabernos expresar, no querer darnos a conocer, miedo a amar o miedo a sufrir son algunos de los pensamientos que se esconden, es este atractivo engaño de autorrealización.

No nos dejemos engañar, amar a alguien con sus luces y sus sombras, así como la experiencia de ser amado con nuestras imperfecciones es parte de la belleza de la vida.  

Nuestra vida necesita de motivaciones y el amor fraternal, filial, paternal y esponsal, pueden convertirse en esos grandes motivadores.

 


A linguagem universal da amizade (em português)

  • Tia, você sabia que minha melhor amiga da escolinha fala chinês?

Esse foi o comentário de uma das minhas sobrinhas, cuja mãe é russa, numa das minhas visitas aos meus parentes no Peru. 

  •     Tia, no começo eu não entendia nada do que ela falava, e ela, também não entendia nada do que eu falava, porque ela falava em chinês enquanto eu falava em russo.

Ela continuou contando, sorrindo, com um brilho em seu olhar mostrando inteligência. 

  •     E como é que vocês conseguiram fazer amizade?, perguntei para ela, muito curiosa pela resposta dela.
  • -   Tivemos que aprender a falar espanhol!   ela me respondeu rindo.

Esta história da minha sobrinha exemplifica o que alguém pode sentir quando chega a um país onde a língua oficial não é sua língua mãe.

Resolver as necessidades básicas de compra de medicamentos ou suprimentos domésticos torna-se um grande desafio e, embora eles possam ser basicamente resolvidos indo a alguma loja de autoatendimento, nossa vida também apresenta outras necessidades de sobrevivência que vão além da saúde e da comida.

É através do diálogo, forma primária nas relações humanas, que os seres humanos podem realmente se conhecer. E é por isso que, se a pessoa não se adaptar à língua do país para o qual migra, poderá experimentar grande solidão, mesmo que esteja imerso em um mar de pessoas.

É claro, que a linguagem, não se resume apenas ao diálogo verbal, porque uma saudação, um abraço, um sorriso ou um olhar podem ser muito mais eloquentes do que mil palavras.

Mas a solidão a que me refiro não é a exclusividade de uma realidade como a que conto na historinha da minha sobrinha, já que, a necessidade de encontro que todos os seres humanos temos, somente poderá ser preenchida, dependendo da decisão que tomemos de nos dar a conhecer.

No caso da minha sobrinha, ela teve que fazer um esforço para aprender uma língua diferente da dela porque descobriu aquela necessidade de encontro que também tem uma dupla dimensão, a de conhecer e a de tornar-se conhecido. É assim que as amizades florescem.

Hoje surgiram algumas correntes de pensamento que nos enganam dizendo que para sermos felizes devemos pensar apenas em nós mesmos e em nossas conquistas pessoais.  Essas ideias parecem lógicas para o nosso entendimento só que! cuidado! una vez executada elas podem vir acompanhadas de um inevitável sentimento de solidão.

Não saber como nos expressar, não querer nos dar a conhecer, o medo a amar ou o medo ao sofrimento, podem ser alguns dos pensamentos que se escondem nessa atrativa mentira de autorrealização.

Não nos enganemos!  Amar alguém com suas luzes e suas sombras, bem como a experiência de sermos amados com as nossas imperfeições faz parte da beleza da vida. 

Nossa vida precisa de motivações e é precisamente, o amor fraternal, filial, paternal e esponsal os que podem vir a ser esses grandes motivadores.



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