Vacunas: las incertidumbres de hoy de las seguridades de ayer (en español y portugués)

El hospital del niño en Lima o el “Instituto da Criança” en São Paulo son instituciones por las que todos, dependiendo de nuestra ciudad de origen, hemos pasado en algún momento de nuestra infancia.

En una de esas visitas obligadas, donde mi mamá me llevaba cuando el tema de salud se agravaba, recuerdo que, sentada en la sala de espera del hospital, vi a mi lado, en una silla de ruedas, a un niño con edad parecida a la mía que me observaba con atención.

El niño, tímido, no estaba interesado en mí, sino en el “chiste”, lleno de dibujos coloridos que yo leía en ese momento.  El niñito se alegró mucho cuando, al darme cuenta de su interés, le entregué aquella revista infantil.

Algo que también me llamó la atención, mientras lo miraba leyendo, era que sus piernitas eran significativamente menores al resto de su cuerpo.

Al salir de la consulta, mientras caminaba de la mano de mi mamá para ir a esperar el ómnibus al paradero le pregunté cuál era la enfermedad tan rara que ese niño tenía.  Ella me dijo que se llamaba polio.  

Mi mamá siempre fue sensible a mis reacciones y al ver la angustia en mi pregunta, se adelantó diciendo que no me asuste porque esa enfermedad ya no era más peligrosa, que existía una “vacuna” y que era una pena, porque al parecer a ese niño, no lo habían vacunado.

Esta infantil experiencia de descubrimiento de lo que son las vacunas me llevó a tener siempre una idea positiva de lo que eran y del bienestar que significaban para la sociedad.

Fue por ese motivo que, cuando mis hijos nacieron, me resultó totalmente lógico colocárselas.   

Voy a hacer un paréntesis sobre el tema de la vacuna para decir que desde hace algunos años he sido permanente sorprendida por el dominio de la ciencia sobre la naturaleza.  Estos descubrimientos, en un inicio, me llevaron a pensar que en algún momento nos veríamos libres de las inseguridades y temores que el ser humano tiene cuando reconoce su humanidad.

Solamente que para mi sorpresa a medida que estoy envejeciendo descubro una contradicción y es que, el ser humano creyéndose “señor de la naturaleza” por otro lado, se hace más esclavo y vulnerable a sus emociones.  La depresión y la ansiedad son manifestaciones de su contingencia cuando se da cuenta que, en el fondo, no es señor de nada.  La pandemia que vivimos es una muestra clara de cómo la “realidad” se reinventa.

Ahora sí, volviendo a la vacuna, les comparto que he sido testigo de muchas “discusiones” con relación al tema de la vacuna del covid, donde los puntos de vistas opuestos, todos justificados “científicamente”, me dejan más perdida que al inicio.

Las vacunas, para mí, debido a mi experiencia infantil narrada al inicio de este artículo, siempre fueron vistas como algo bueno.  Como una solución que llegaba para quitarnos los miedos y temores que la polio o que cualquier otra enfermedad pueda traer… aunque aún existen y siempre existirán enfermedades que no se pueden prevenir, ni curar.

Al inicio de la pandemia no imaginé que cuestionaría la veracidad de esta vacuna ya que en ese momento solo podía verla como la ansiada luz al final del túnel.

La polémica realidad actual, ahora, es otra.  Para mí lo único claro es que “solo sé que nada sé”.

“Vacunarse o no vacunarse?” esa es la cuestión…

Soy consciente que voy a tener que tomar una decisión que no me parece relevante colocarla en este articulo ya que el centro de esta reflexión no es cual decisión es la mejor… sino entrar en la filosofía de nuestras elecciones y preguntarnos el “por qué” de nuestras decisiones.

Decisiones que probablemente nunca tendrán el tan deseado 100% de seguridad sobre su eficacia…

Solo sé que nada sé… (*)

(*) frase de Sócrates, filósofo griego.

Vacinas: as incertezas de hoje sobre a certezas de ontem (em português)

O “Hospital del niño” de Lima ou o Instituto da Criança em São Paulo são instituições que todos, dependendo da nossa cidade natal, já visitamos em algum momento da nossa infância.

Em uma dessas passagens, quando minha mãe me levou por uma piora de um problema de saúde, eu me lembro de estar sentada na sala de espera desse hospital olhando ao meu lado, em uma cadeira de rodas, uma criança de idade semelhante à minha.

O menino que me observava com timidez, não estava interessado em mim, mas sim no meu gibi, cheio de desenhos coloridos que eu lia nesse momento.  O garotinho ficou muito feliz quando, percebendo seu interesse, eu dei a ele, de presente, aquela revista infantil. 

Uma outra coisa que também chamou a minha atenção quando olhei para ele lendo, foi que suas pernas eram significativamente menores do que as resto de seu corpo.

Quando saí do hospital, enquanto caminhava de mãos dadas com minha mãe para ir ao ponto de ônibus, perguntei para ela, qual poderia ser a doença rara que aquela criança tinha.  Ela me disse que se chamava poliomielite.   

Minha mãe sempre foi sensível às minhas reações e vendo a angústia implícita na minha pergunta, ela se apressou dizendo que eu não deveria ter medo com aquela doença porque não era mais perigosa, que existia uma "vacina" e que era triste pensar que provavelmente aquela criança não tinha sido vacinada. 

Essa experiência infantil de descobrir o que eram as vacinas, sempre me levou a ter uma ideia positiva delas e do bem-estar que significavam para a sociedade.

Foi por isso que, quando meus filhos nasceram, achei totalmente lógico para mim que sejam vacinados.  

Farei um parêntese sobre o tema da vacina para dizer que há alguns anos tenho sido permanente surpreendida pelo domínio da ciência sobre a natureza.  Essas descobertas, no início, me levaram a pensar que em algum momento estaríamos livres das inseguranças e medos de que todos os seres humanos temos quando reconhecemos nossa humanidade.  

Só que, para minha surpresa, enquanto vou envelhecendo, descubro uma contradição. Que o ser humano ao acreditar ser "senhor da natureza", torna-se mais escravo e vulnerável às suas emoções.   Depressão e ansiedade são manifestações de sua contingência quando ele percebe que, no fundo, não é o senhor de nada.  A pandemia do nosso tempo é um exemplo claro de como a "realidade" se reinventa. 

Agora sim, voltando ao tema da vacina, compartilho que testemunhei muitas "discussões" sobre a questão da vacina do Covid, mas as opiniões divergentes, todas justificadas "cientificamente", me deixaram mais perdida do que no início.

A vacinas, para mim, por conta da minha experiência da infância narrada no início deste artigo, sempre foram vistas como uma coisa boa.   Como soluções que chegaram para tirar nossos medos e inseguranças que a poliomielite ou qualquer outra doença pudesse trazer... embora ainda existam e sempre existirão doenças que não poderão ser prevenidas ou curadas.

No início da pandemia jamais imaginaria que questionaria a veracidade desta vacina, pois naquela época ela somente poderia ser vista como a almejada luz no fim do túnel.

Atualmente a realidade é controversa.  Para mim, a única ideia clara é que "somente sei que nada sei." 

“Vacinar-se ou não se vacinar? Essa é a questão”

Estou ciente de que terei que tomar uma decisão, mas não acho relevante colocá-la neste artigo, já que o centro dessa reflexão não é qual decisão é a melhor..., mas entrar na filosofia de nossas escolhas e nos perguntar o “porquê” de nossas decisões. 

Decisões que provavelmente nunca poderão nos dar o tão almejado 100% de certeza na sua eficácia.

“Somente sei que nada sei” (*)

(*) Frase de Sócrates, filósofo grego.