Pensando en un mundo mejor… con Fe (2) (en español y portugués)
Me parece importante aclarar que, como no soy teóloga, ni filosofa, no usaré palabras difíciles como “suprarracional” o “metafísico” en este artículo, ya que el abordaje que haré será exclusivamente a partir de la experiencia.
Empezaré compartiendo estas dos frases que me vinieron a la mente hace algún tiempo y que acompañan mi vida hasta hoy.
“Señor háblame forma ordinaria, extraordinariamente”
“Cuando no me es posible comprender por favor permíteme acoger”
Estas frases, que aparecieron en momentos distintos, fueron respuestas a una búsqueda de entendimiento, que me permitieron abrirme a la acción de la gracia y a la posibilidad de creer que los milagros existen.
Cuando menciono milagros, estoy refiriéndome a todo tipo, desde los más cotidianos y comunes hasta los más extraordinarios y sorprendentes.
Una crisis matrimonial, un cáncer, una enfermedad psiquiátrica, el desempleo, un vicio, etc, pueden ser ocasiones de presenciar milagros o de experimentarlos de una forma más cercana de lo que imaginamos.
“Por tu fe tu familia se salvará”,
… fue la frase que dijo una vez un sacerdote en una misa carismática a la que fui llevándome, inicialmente, a interpretarla de forma equivocada al pensar que la tan deseada salvación familiar se realizaría mágicamente.
Lo que el padre dijo era cierto, solo que con el tiempo aprendí que esa salvación llegaría, pero acompañada de experiencias muchas veces dolorosas que serían las que darían ocasión para que esa salvación se realice…
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El miedo al sufrimiento es natural en todo ser humano, pero pensar que no vamos a sufrir es una ilusión. Todos los casos que mencioné arriba son ocasiones para que pequeños milagros sucedan. Sí son experiencias de sufrimiento, pero podemos quedarnos atrapados por la desesperación o podemos permitir que a través de ellos la Gloria de Dios se manifieste.
En la actualidad conozco muchas personas de Fe que se han quedado atrapados en una racionalidad que no les permite abrirse a lo extraordinario y debo confesar que yo también era así.
Recuerdo que, dentro de esa excesiva racionalidad de mi Fe menospreciaba, los sentimientos, como una manifestación de la acción de Dios.
Fue con el tiempo que comprendí que el misterio de Dios no se puede abarcar en su totalidad solo por la mente y que su pedagogía de amor tiene que ser básicamente acogida.
Santa Teresa de Ávila* nos dice que, cuando Dios nos habla, una de las principales características es que la experiencia permanece en la memoria y viene acompañada de paz en el corazón. Lo que no es de Dios inquieta y muchas veces se olvida.
Este es un buen termómetro para el discernimiento.
Otra característica de lo que no viene de Dios es la desunión. La separación entre hermanos, familias, esposos, amigos, hermanos de fe y hasta sociedades tan común hoy en día son características del pensamiento posmoderno donde el individuo está por encima de lo colectivo.
Pensando en este colectivo sugiero que dejemos que nuestra Fe se deslumbre también por la experiencia de otras personas.
La madre que reza por la conversión de su hijo, el amigo que nos ayuda en la hora de necesidad, el esposo que todos los días lleva a la esposa desequilibrada a misa esperando que eso la mejore, la amiga con cáncer que reza diariamente el rosario con una fe inquebrantable que cuestiona a todos los que estamos a su alrededor y que en situaciones menos duras desistimos ante la primera frustración…
Sí, Fe de personas comunes a las que no debemos colocar en un pedestal porque tienen luchas iguales a las nuestras… y aunque podemos aprender mucho con ellas, también debemos amarlas y acogerlas porque son seres humanos comunes, aun siendo, seres humanos de Fe.
Solo que ¿Cuál debe ser la base de nuestra Fe para poder vivir estas experiencias extraordinarias? ¿Debemos sustentarlas en qué, o mejor dicho en Quién?
En Dios. Una Fe sin Dios no existe, no pasa de una ilusión.
Hablar de Fe sin amar locamente a Dios puede resultar tan vacío como hablar de la esperanza de la muerte sin estar enamorado de la vida eterna…
pero eso es un tema que desarrollare en otro artículo…
(*) Libro "Las moradas" de Santa Teresa de Avila
Pensando em um mundo melhor... Fé (2)
Hoje quero falar sobre essa realidade transcendente que é a fé.
Acho importante esclarecer que, como eu não sou uma teóloga, nem uma filósofa, não usarei palavras difíceis como “suprarracional” ou “metafísico” neste artigo, já que a abordagem que farei será exclusivamente baseada na experiência.
Começarei compartilhando com vocês estas duas frases que vieram na minha mente a algum tempo e que acompanham minha vida até hoje.
"Senhor fale comigo de forma ordinária, extraordinariamente"
"Quando não me seja possível compreender, por favor, permite-me acolher”
Estas frases, que chegaram em momentos diferentes, foram respostas a minha permanente busca pelo entendimento e que permitiram abrir-me na ação da Graça de Deus e para a possibilidade de acreditar que os milagres existem.
Quando falo de milagres, estou me referindo a todos os tipos de milagres, desde os mais quotidianos e comuns aos mais extraordinários e surpreendentes.
Uma crise conjugal, um câncer, uma doença psiquiátrica, o desemprego, ou algum vício, etc., podem ser ocasiões para testemunhar milagres ou para experimentá-lo de uma forma bem mais próxima do que já conseguimos imaginar.
"Pela fé, tua família será salva",
... foi o que um padre uma vez disse numa missa carismática na que fui levando-me, inicialmente, a interpretá-la de forma errada ao pensar que a tão almejada salvação familiar ocorria magicamente.
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O que o padre disse na sua frase era tudo verdade, só que com o tempo entendi seu real significado. A salvação familiar viria sim, só que algumas vezes acompanhada de experiências dolorosas que seriam maravilhosas ocasiões para que essa salvação realmente se realize.
O medo pelo sofrimento é natural em todo ser humano, mas pensar que não sofreremos é uma ilusão. Todos as situações que já mencionei acima são ocasiões para pequenos milagres acontecerem. São ocasiões de sofrimento sim, mas podemos ficar presos pelo desespero ou podemos permitir que a Gloria de Deus se expresse através deles.
Atualmente conheço muitas pessoas de Fé que ficaram presas em uma racionalidade que não lhes permite abrir o coração ao extraordinário... e devo confessar que eu também já fui assim. Lembro-me que dentro dessa racionalidade excessiva da minha Fé eu menosprezava os sentimentos como uma manifestação da ação de Deus.
Somente com o tempo descobri que o mistério de Deus não pode ser totalmente compreendido única e exclusivamente pela nossa mente e que sua pedagogia divina tem que ser basicamente, acolhida.
Santa Teresa de Ávila* nos diz num de seus livros que, quando Deus fala conosco, uma das principais características é que a experiência permanece na memória e é acompanhada de paz no coração. O que não é de Deus inquieta o coração e muitas vezes é esquecido.
Este é um bom termômetro para discernimento.
Outra característica do que não vem de Deus é a desunião. A separação entre irmãos, famílias, maridos, amigos, irmãos de fé e até sociedades tão comum hoje em dia, são características do pensamento pós-moderno onde o indivíduo está acima do coletivo.
Falando no coletivo, é maravilhoso quando nossa Fé se deixe tocar e deslumbrar com a experiência das outras pessoas.
A mãe que reza pela conversão de seu filho, o amigo que nos ajuda na hora da necessidade, o marido que todos os dias leva a esposa desequilibrada para a missa esperando que isso a melhore, a amiga com câncer que reza diariamente o rosário com uma fé inabalável que questiona a todos os que estamos ao seu redor e que em situações menos duras desistimos diante da primeira frustração...
Sim, fé de pessoas comuns as quais não devemos colocar num pedestal porque elas têm lutas iguais às nossas e, mesmo que posamos aprender muito com elas, elas também precisam de nosso amor e de nosso acolhimento porque são seres humanos comuns, ainda que sejam seres humanos da Fé.
Só que é importante nos perguntar, qual deve ser a base de nossa Fé para viver essas experiências extraordinárias? Devemos sustentá-las em que, ou melhor, em Quem?
A resposta é em Deus. Uma Fé sem Deus é mera de uma ilusão, ela não existe.
Falar sobre a Fé sem amar loucamente a Deus pode soar tão oco quanto falar sobre a esperança da morte sem estar apaixonado pela vida eterna.
mas esse já é um tópico que vou desenvolver em outro artigo...
* Livro "As moradas do castelo interior"
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