La contemplación y la memoria (en español y portugués)

 

Estábamos sentados en el jardín sintiendo el calor en nuestros rostros que los escasos rayos de sol de un crudo invierno nos ofrecían, en una sencilla tarde de domingo.

Por un instante nos quedamos en silencio disfrutando de nuestra mutua compañía.  Durante ese breve momento lo observé y me volví a sorprender de cómo él es feliz apreciando las pequeñas cosas que la vida le ofrece.

Mi hijo me sorprende de forma muy particular porque mirar la vida de forma contemplativa no fue innato en mí. Que contemplar es escuchar en silencio lo que la realidad nos dice fue algo que solo aprendí con los años…

Esta experiencia tan simple que les comparto no es otra cosa que hacer registros en nuestra memoria de los pequeños grandes tesoros que tenemos en nuestra vida y que muchas veces pasan desapercibidos por la bulla o la agitación del día a día.

Soy consciente que en nuestras vidas hay situaciones dolorosas que parecen que superasen nuestras fuerzas y nos llevan a mirar la vida como si solo existieran tinieblas.

Recuerdo claramente el momento más fuerte de la demencia senil de mi mamá, después de la muerte de mi papá, en la que parecía no haber salida, que experiencias semejantes a ésta que cuento al inicio que viví al lado de ella en mi infancia y juventud, me llevaban a traer a mi memoria todo lo que ella era en verdad y que el velo de la enfermedad no determinaban mi amor y mi relación con ella.

Este breve texto que les comparto es una invitación a que coloquemos en nuestras vidas la práctica de la contemplación, dejarnos sorprender con lo que Dios nos dice a través de la realidad y que acompañada del cultivo de la memoria serán, en nuestras situaciones más dolorosas, consuelo y esperanza en medio de las dificultades...

Contemplação e memória

Estávamos sentados no jardim sentindo o calor nas nossas faces que os poucos raios de sol de um inverno rigoroso nos ofereceram, em uma singela tarde de domingo.

Por um momento ficamos em silêncio aproveitando a companhia um do outro.  Durante esse breve momento eu o observei e fiquei novamente espantada com o quão feliz ele é apreciando as pequenas coisas que a vida lhe oferece.

Meu filho me surpreende de uma forma particular porque olhar para a vida de uma forma contemplativa não foi inato em mim. Que contemplar é ouvir em silêncio o que a realidade nos diz foi algo que eu só aprendi ao longo dos anos...

Essa simples experiência que compartilho no início nada mais é do que fazer registros em nossa memória dos pequenos grandes tesouros que temos em nossas vidas e que muitas vezes passam despercebidos pelo barulho ou agitação do dia a dia.

Estou ciente de que em nossas vidas há situações dolorosas que parecem superar as nossas forças e que não nos levam a olhar para a vida como se houvesse apenas trevas.

Lembro-me claramente do momento mais forte da demência da minha mãe, após a morte do meu pai onde parecia não ter saída, que experiências semelhantes a esta que eu    compartilho no início que vivi com ela na minha infância e juventude, me levou a trazer à minha memória tudo o que ela realmente era e que o véu da doença não determinava meu amor e meu relacionamento com ela.

Este breve texto que compartilho com vocês é um convite para colocarmos em nossas vida a prática da contemplação, para nos deixarmos surpreender com o que Deus nos diz através da realidade e que, acompanhados pelo cultivo da memória em nossas situações mais dolorosas, serão o nosso consolo e esperança em meio das dificuldades…